17 de maio de 2014

Crónicas de Copenhaga (3)

Tempo para sair e olhar a cidade com outros olhos. O sol visita a cidade pela primeira vez desde que aqui estou. É fácil perder a linha de pensamento nos inúmeros motivos de interesse que a arquitectura nos oferece. Alugo uma bicicleta e percorro grande parte da cidade. Não tenho um objectivo, um caminho ou intenção. Ando perdido na cidade virando ora à esquerda ou direita, ando ao sabor de uma vontade que não se define, uma vontade que apenas existe. 


Vou parando aqui e ali, retratando imagens avulsas sobre a vida diária que a cidade possui. Evito, tanto quanto possível, os sítios mais turísticos. Procuro as pessoas e os lugares anónimos. Nem sempre é fácil fazer isto,  mas a recompensa é substancial. Procuro uma vista para lá daquelas que vemos nos postais, procuro uma manifestação cujas reivindicações me são alheias, termino a olhar o inevitável.


Existem sempre duas cidades na cidade que visitamos. A primeira é a que vemos, a segunda é a que levamos no momento da partida. A Copenhaga que vi e a Copenhaga que levo são diferentes. A primeira cheira a água, design, chuva e simpatia. A segunda cheira a vontade de lá regressar. Vivemos então, uma vez mais, entre a descoberta e a banalidade. 

Escurece. É tempo de partir. Pego na bicicleta, dobro a esquina mais próxima e pedalo até Amesterdão. 


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