Acordo cedo para aproveitar os primeiros raios de sol antes da inevitável chuva. Calço as sapatilhas e dou uma corrida à beira da água. Passo a biblioteca, um dos exlíbris da cidade. Palavras desconhecidas materializam-se no chão, fotografo, olho, respiro, sigo em frente. A cidade ainda dorme parcialmente. Reparo nos jornais a serem entregues nos quiosques, o cheiro a pão quente acabado de sair do forno das padarias. A cadência de bicicletas que me ultrapassam lembra que cerca de metade da população usa tal meio de transporte no seu dia a dia. Andar a pé aparenta ser uma actividade rara.
De regresso ao hotel passo o teatro onde Don Giovanni está em exibição. Gostava de poder entrar mas as portas estão fechadas. Vai ter que ficar para mais tarde, muito mais tarde. Este é o último ar limpo do dia, o último fôlego de exterior. Pela frente estão horas de encarceramento inevitável para levar a cabo uma tarefa impossível. Ainda assim vale a pena tentar, ciente que o processo nos levará a uma melhor integração e distribuição Europeia de dados climáticos. Passo em frente à Agência Europeia do Ambiente, um sítio que sempre quis conhecer e que hoje será o nosso local de trabalho. São 8 da manhã.
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