13 de maio de 2014

Crónicas de Copenhaga (1)

São 8 da tarde. Ainda adormecido pelo embalar do comboio, eis que dou por mim a olhar conjuntos harmoniosos de edifícios históricos e modernos, pequenos e grandes, imponentes e singelos. Tudo aparenta ter sido planeado até ao ínfimo pormenor, da faixa exclusiva para bicicletas ao penteado das pessoas que vão passando. A obsessão pelo design é uma impressão digital deste povo. 


Os edifícios novos são limpos de imperfeições como curvas ou adornos desnecessários. Se me pedissem para descrever esta cidade, agora, de modo impulsivo, diria que Copenhaga é uma intercepção de planos. O plano mestre é o da água. Esta dita o nível abaixo do qual nada pode ser construído. O plano que a água confere é interceptado pelas fachadas planas dos edifícios que ladeiam a matriz líquida. Depois vêm as pessoas, que, de modo planeado, interceptam as fachadas dos edifícios através de portas também elas planas. As bicicletas que de frente se aproximam, são planos perpendiculares à calcada lisa que se desdobra numa paisagem também ela plana. Outros exemplos existem, tantos que é difícil contar. Quero continuar mas o cansaço vence. Rumo ao plano horizontal da minha cama de hotel. Amanhã há mais planos.



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