11 de abril de 2012

Enquanto elas não chegam...

Enquanto elas não chegam vamos mirando mais longe. Com a sua ausência os horizontes são mais planos e os céus menos recortados. Com o sol de feição adquirimos olhos de águia, miramos lá longe pessoas pequeninas em bancos de jardim semi-desertos. Barcos cruzando pontes, pontes levando a casas, casas atrás de casas e atrás delas crianças chutando bolas. Enquanto elas não chegam não existe sombra no chão.

O sol é rei e senhor da planície, aquecendo democraticamente a terra, deixando aqui e ali bolsas de resistência invernal. Enquanto elas não chegam os dias crescem as horas multiplicam. A noite recua trincheiras e mobiliza constelações para o fundo dos dias, recusando a bandeira branca à claridade. E nós, humanos, assistimos com esplendor ao desenrolar desta guerra sazonal. Enquanto elas - as folhas - não chegam nada está ganho.

Potsdam sem elas:




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