18 de novembro de 2014

Oito a caminho do nove...

 
Oito a caminho do nove,
Não mais voltei.
Aperta a saudade? 
O que é a saudade,
Réstia de identidade
Que aqui não serve de nada
A não ser, talvez, como palavra
Em conversas de infelicidade.

Existe, isso sim, fraqueza
Que é como quem diz falta,
Não sol, língua ou malta
Mas de impor fim,
Fim a este pedaço de mim
E ao inverno que chove,
Oito, oito a caminho do nove.

Não quero regresso mas partida,
De nove meses a vida comprimida
Entre o desejo e o desejo
(Tão iguais que até os gaguejo),
De aqui estar e não estar aqui.

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito bonito Luís! É fundamental, mesmo à distância, que não fiquemos feitos num oito...
Um abraço,
José Alcides Peres

Trans - Siberiano