3 de novembro de 2014

A falácia eléctrica?

Os automóveis eléctricos trazem a promessa de uma mobilidade com impactos ambientais reduzidos. Enquanto esperamos que o desenvolvimento de super-baterias saia do laboratório, convém perguntar quais as condições específicas em que a actual tecnologia elécrica em automóveis é superior ao uso de combustíveis convencionais como gasolina e diesel. Um estudo recente fez uma análise detalhada do ciclo de vida de automóveis convencionais e de automóveis e conclui que a utilização de um carro 100% eléctrico em detrimento de um movido a combustão se traduz num benefício ambiental entre 10 a 24% no que a emissões de CO2 diz respeito. Se olharmos para impactos ambientais como eco-toxidade humana, eutrofização ou contaminação com metais, os actuais veículos elétricos acarretam, em regra, uma diminuição dos benefícios ambientais. O caso mais grave é o ocaso da eco-toxidade para o ser humano, que pode ser entre 180 a 290% maior para um carro eléctrico do que para um movido a gasolina ou diesel. Tal deve-se principalmente à extracção de metais pesado para o fabrico de baterias.

Existem dois aspectos adicionais que vale a pena considerar. O primeiro é que o ganho ambiental em termos de CO2 por parte dos veículos eléctricos pode ser potencializado substancialmente caso a energia que usamos para os recarregar venha de fontes renováveis. O estudo utiliza o presente portfólio energético Europeu para os cálculos. Por muito fantástica que seja a nossa tecnologia de armazenamento de energia temos que recordar que 75% da electricidade Europeia provém de fontes não renováveis, o que inevitavelmente coloca grandes limitações em termos de poupança de CO2. O segundo aspecto prende-se com a quilometragem a ser percorrida por um veículo eléctrico para que os ganhos ambientais sejam máximos. O estudo aponta que para que as reduções de CO2 sejam efectivas os veículos eléctricos têm que percorrer entre 150 a 200 mil quilómetros

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