10 de maio de 2007

A maravilha da técnica...

Com a minha estadia neste País procurei encontrar alguns dos símbolos históricos desta nação que sempre me fascinaram... Um dos quais (como não podia deixar de ser) é precisamente a herança automobilística que este País carrega... Quando soube que a minha cidade só ficava a escassos quilómetros de Berlim sonhei imediatamente em visitar a famosa e mítica pista de Avus construída por prisioneiros Russos em 1918 só sendo aberta ao público em 1921.
Para grande tristeza minha descobri que este povo não soube preservar esta maravilhosa pista onde correram lendas de outrora como Rudolf Caracciola e é claro, o melhor piloto de todos os tempos Bernd Rosemeyer que curiosamente perdeu a vida precisamente em Avus em 1938. A pista oficialmente já não existe, apesar de parte dela ser usada como autoestrada em Berlim. Mas nem tudo se perdeu dessa época fantástica do desporto automóvel Alemão.

Os genes do carro que vitimou Bernd Rosemeyer continuam ai... É precisamente essa marca de automóveis que queria relembrar. Alguns de vós ainda hoje conduzem esta marca que teve a sua origem em 1932. Dá pelo nome de AutoUnion, como o próprio nome indica a marca era a fusão de quatro construtores, Audi-DKW-Horch-Verbund. Com o passar do tempo o nome da marca passou a ser apenas de Audi que comprou ou direitos do nome AutoUnion...

Só para terem uma ideia do quanto revolucionária esta marca foi basta dizer que os carros de competição eram desenhados por um tal de Ferdinand Porsche (lembra-vos algo?), tinham motor central 20 anos antes de esta configuração ser adoptada na generalidade dos construtores à semelhança do que se passa hoje com os actuais formula 1. O seu sistema de suspensão de molas helicoidais era eficaz, no entanto causava inúmeros problemas e foi posteriormente abandonada. Mas a maravilha da técnica destes automóveis estava no seu motor e claro nos seus pilotos. Em 1938 possuíam um V16 que debitava 550 cavalos de potência... Não parece muito pois não? Mas vejam agora a maravilha da técnica dos pilotos. Quem se atreve-se a pilotar estes "monstros" tinha de lutar com um carro sem direcção assistida, pneus da espessura de migalhas e sem ABS... Os pilotos iam sentados em cima do tanque de combustível usando como "capacete" um boné de cabedal. De cada lado do habitáculo situavam-se as tubagens que faziam circular a água do motor para o radiador e que durante a corrida atingiam temperaturas de 120ºC, era vulgar os pilotos terminarem com queimadoras nos braços...

Em fim, a todos os que conduzem os descendentes destas máquinas os meus parabéns...

2 comentários:

Anónimo disse...

Guten Morgen,

Coincidência ou não, eu estou na cidade da Audi e precisamente por causa do Audi!!!!
Para quem gosta da industria automóvel só vos posso dizer que a AUDI é de facto GIGANTESCA; com muito poucos portugueses, mas os que encontrei eram todos do Norte, "carago".
Beijinho

Speeder76 disse...

Só uma correcçãozinha: o Bernd Rosenmeyer não perdeu a vida em Avus, mas sim num troço de autoestrada na zona de Darmstadt, quando tentava melhorar o record de velocidade. De resto, gosto deste blog. Vou também meter este!

Trans - Siberiano