Tentar ver coisas que existem mas nem sempre transparecem é, ao mesmo tempo, uma delícia e uma armadilha. A delícia é fazer sucumbir o aborrecimento de mais um dia de trabalho, a armadilha é perder a razão durante as incursões pelo improvável. Mas o que hoje é improvável poderá, quem sabe, amanhã ser realidade. E se assim for, tudo, ou quase tudo é-nos permitido.
Dou então por mim a desenhar no mapa quadrados vermelhos, tanto mais vermelhos quanto o potencial de energia solar média que cai por cada metro quadrado e hora na superfície da terra. Para aumentar o dramatismo, faço dos quadrados cubos que elevam-se na mesma proporção da sua cor. Surgem na minha cabeça novas possibilidades, a possibilidade de um Solarkistão que se estende to Oeste Australiano ao Peru e que corta caminho pelo Norte de África. Uma entidade sem governo nem lei, um lugar dedicado à produção de energia para os restantes mortais. É um novo país, um país que não "existe" mas que está lá. Não tem bandeira alguma a não ser a da imaginação, não possui fronteira a não ser a da vontade.
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