Oito a caminho do nove,
Não mais voltei.
Aperta a saudade?
O que é a saudade,
Réstia de identidade
Que aqui não serve de nada
A não ser, talvez, como palavra
Em conversas de infelicidade.
Existe, isso sim, fraqueza
Que é como quem diz falta,
Não sol, língua ou malta
Mas de impor fim,
Fim a este pedaço de mim
E ao inverno que chove,
Oito, oito a caminho do nove.
Não quero regresso mas partida,
De nove meses a vida comprimida
Entre o desejo e o desejo
(Tão iguais que até os gaguejo),
De aqui estar e não estar aqui.
1 comentário:
Muito bonito Luís! É fundamental, mesmo à distância, que não fiquemos feitos num oito...
Um abraço,
José Alcides Peres
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