Fomos jovens até ontem, seremos adultos a partir de amanhã. O que somos então agora? O que nos define neste preciso momento, neste momento em que o futuro não passa de uma hipótese e o passado uma coleção de provas fúteis da nossa capacidade em sobreviver. Será perpétua a incerteza de não saber onde na estrada da vida nos encontramos. Demasiado jovens para que nos ouçam, demasiado velhos para nos fazermos ouvir. Demasiado inexperientes para consideração, demasiado adultos para aceitar. Não existe meio termo, ou somos uma coisa ou somos outra. Não vale a pena mentir; cabeça jovem em corpo adulto é a estratégia para entreter a nossa mente da inevitabilidade do tempo. A única maneira de manter a cabeça jovem é ignorar a experiência, a reflexão. No fundo, é afastar dos nossos olhos a simulação das consequências dos nossos actos e agir, agir simplesmente. Ver o mundo com os olhos de uma criança... não obrigado. Não conheço nenhuma criança que veja o mundo como deve ser. É uma metáfora, dizem eles. E as crianças percebem metáforas?
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