2 de setembro de 2014

Crónicas da ilha (2)...

Para quê dormir quando lá fora o sol jé se mostra, a vida já opera e o vento já sopra. Direcção, fim da Alemanha. O fim metafórico mas que por momentos me parece real. Aqui, no ponto mais a norte do território Alemão, onde as águas se transformam em Dinamarca, não posso deixar de admitir a possibilidade de fuga. A força invisível do vento que tanto nos impede a progressão aclama, não porque o vento sopra agora com menos intensidade mas sim porque as dunas nos protegem da sua fúria. Sob o abrigo das dunas a vegetação assume o seu crescimento, tímido, frágil, mas cresce, está presente e o seu efeito é festejado por todos os habitantes da ilha. Engraçado pensar que a imensidão da ilha é segurada ao mar por pequenas raízes de pequenas plantas que nós, na nossa pequenez, por vezes desprezamos. Acordamos da calma hipnose. O vento retoma agora em direcção oposta e faz de nós plantas, plantas bailando ao seu sabor. Encontramos força no número, apesar de sermos singulares. Abandono o farol em restauro, as dunas em trincheira ventosa e o fim da Alemanha.


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