Quatro dias para desaparecer no mar de faces no mar de vento que povoam e moldam a ilha. O mar encontrou finalmente o seu lugar, no Norte, o lugar que gere a direcção da empresa humana. Tem, finalmente, sabor a Atlântico de verdade e não a um Báltico insosso. O mar, essa fonte de vida onde tudo começou, que nos nutre e engole, que nos faz viajar e nos prende à terra quando está de mau humor, desenrola as suas filhas diante dos meus olhos. Irmãs claro está! Ondas gémeas e distintas, mulheres de um só marido, o vento com quem viajam, e um só amante, a areia onde traem. São viajantes como eu, já não conhecem país, língua ou credo... credo! Quem somos então? Somos quem somos. Entidades anónimas que vagueiam pela ilha, elas na margem eu no seu interior. Ninguém me conhece pelo país de origem, ninguém me questiona os erros de gramática. Tal como ninguém pergunta se a onda vem de Tóquio ou Varzim, nem se preocupam em saber quanto sal trazem. Vamos a banho com elas, antes da traição, antes do término da força.
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