Existem poucos livros que posso recomendar tão vivamente como este. Esqueçamos o cliché de que ser trata de um trabalho imensa, um clássico sagrado da literatura, uma obra prima, um relato minucioso da fase final das guerras Napoleónicas, etc etc etc... Não são estas as razões pelas quais este livro de ver lido. Guerra e paz é uma lição de simplicidade na busca incessante pelos dos objectivos que são a força motriz máxima da humanidade; felicidade e liberdade. Os dois objectivos são personalizados pela vida trágica da família Rostov e pela luta armada contra Napoleão. No final, ambos os objectivos são cumpridos na medida do possível, isto é, que não existe felicidade plena nem liberdade sem limitações. O movimento da História quis que Napoleão fosse derrotado, não por causa do brilhantismo de quem o combateu nem por descuido do seu génio, mas simplesmente porque o somatório das contingências infinitesimais da ocupação de Moscovo assim o determinaram. O destino dos Rostovs segue um percurso semelhante. A felicidade é apenas o resultado de coincidências invisíveis ás quais as personagens são submetidas. Para acabar, deixo-vos com as palavras de Tolstoi o próprio: "Se admitirmos que a vida pode ser governada pela razão, então toda a possibilidade de vida é destruída."
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