7 de agosto de 2013

Potsdam break...

São jovens, rapazes na sua maioria, movem-se ao som do gira-discos, rodopiam à velocidade do compasso, sacodem pó da laje de cimento à cadência dos aplausos. São anunciados nomes, alguns incompreensíveis numa mescla solta de Alemão e Inglês que parece constituir a língua oficial do evento. Killer Stream vem de Marrocos, Slash Doc vem do Reino Unido, Potsdam é representado por B-boy Groozy. O prefixo B-boy surge pronunciado como título de realeza urbana cujas origens se perdem numa árvore genealógica inaugurada num qualquer bairro Porto-Riquenho de Nova York. Todos sabemos dançar, mas só os eleitos podem ostentar o nome de B-boy. Quase sem aviso o sol abandona o espectáculo, mais rápido que o habitual, parece. Será que a rotação dos participantes na laje de cimento acelera a rotação da Terra?



Os aplausos sobem, as gotas de suor descem, o júri determina e o vencedor é encontrado. Deliberado, ou não, o cair de pano é feito com uma última dança onde todos participam, uma dança abençoada por uma brisa que ninguém antecipava no calor infernal do skate-park. E como que a pedir chuva eles vão rodopiando, fechando os olhos a cada pirueta cuja queda livre controlada é um manifesto contra as leis da monótona gravitação quotidiana.


Sem comentários:

Trans - Siberiano