Qualquer filme que tente condensar uma obra literária com mas de 800 páginas em menos de 2 horas está condenado a falhar. O truque para um bom filme é pois como falhar da maneira mais honrada possível. No passado fim-de-semana tive a oportunidade de ver a adaptação cinematográfica de Anna Karenina. Mais concretamente, a quinta encarnação cinematográfica (2012) do romance de Tolstoy dirigida por Joe Wright . Para meu espanto a adaptação é excelente. Na minha opinião o realizador teve o bom senso de não se perder na complexidade (intangível) das personagens preferindo o aspecto teatral do romance. Detalhe que torna o filme ainda mais autêntico uma vez que deve haver poucas nações no Mundo cuja arte do teatro é tão apreciada como na Rússia. Para ver...
Terminei ontem um livro que nunca pensei alguma vez terminar. O colosso "Les Misérables" retomou o seu lugar na estante um ano depois de lá ter saído. Foram muitas as interrupções devido à fatiga, muito por causa do extremo detalhe prestado ao detalhe do relato histórico já de si detalhado. Após cinco livros eis que finalmente Jean Valjean termina a sua viagem. Pelo caminho vai deixando lições de moral, gratidão e profundo humanismo que reflectem abertamente as perspectivas de Victor Hugo. Não há tema que não encontre presença na obra; educação, economia, religião, justiça, ciência... Vale a pena ler, senão todos pelo menos o primeiro, mas penso que depois será difícil de parar...
Num outro tom. Adquiri o DVD do filme "Another Earth". O filme fez furor no festival de Sundance de 2011. Rhoda Williams é aceite no MIT aos 17 anos de idade ao mesmo tempo que um segundo planeta terra é descoberto. Um acidente de viação causado por Rhoda vale-lhe uma pena de 4 anos de prisão. Após ser libertada Rhoda tenta corrigir o que fez, sempre com uma segunda terra em plano de fundo. O filme é por vezes referenciado como ficção-cientifica, apesar da presença desta ser minimalista. Intrigante e surreal. Para ver...
Hannah Arendt. Ainda não vi mas posso já sugerir. O filme retrata partes da vida da filósofa Alemã Hannah Arendt, mas concretamente durante o desenrolar do processo Eichmann. A sua escrita para o jornal New Yorker valeu-lhe duras críticas da comunidade Judaica, que penso ainda hoje subsistem. O filme que retira do baú um detalhe histórico de consequências profundas; e se as atrocidade humanas cometidas são só e apenas a banalidade do mal!?
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