Comprei no domingo passado um livro sobre os mais importantes automóveis Americanos fabricados no ano de 57. Fui lendo o livro aos poucos, modelo a modelo, página a página, detalhe a detalhe. Logo após as primeiras linhas e imagens comecei a pensar o porquê de já não se fabricarem veículos como os de 57. A tecnologia ao nosso dispor é hoje substancial, o gosto pelo design democratizado, a vontade pela locomoção automóvel não abrandou. Se assim é porque razão vemos hoje nas estradas automóveis que mais parecem cópias uns dos outros? Por onde anda a originalidade dos designers?
Os automóveis no livro mais parecem naves espaciais, jactos sem asas com sofás em vez de bancos. Os para-choques, cuja função é seguramente a mais ingrata de todas as peças automóveis, são estilizados até à exaustão. Curvas, contracurvas, aberturas e demais detalhes divinamente acabados com uma valente overdose de cromado. Os nomes dignificam o estilo dramático e assentam que nem uma luva; Thunderbird, Metropolitan, Roadmaster e o meu preferido Rocket 88. Comparem com os nomes que os automóveis hoje em dia têm; A4, A5 que são no fundo tamanhos de folhas de papel. Ou então Classe A, que na verdade era um esquadrão.
Na impossibilidade de voltar a ver nas ruas tal demonstrações de estilo, resta documentar na memória ou em livros como os automóveis de hoje deviam ser, mas que não são.
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