12 de setembro de 2012

Transnístria...

Devo confessar que adoro a ideia de proclamar estados independentes pacificamente. Não apenas nos dão mapas mais coloridos como expõem de forma clara uma heterogeneidade de vontades, alianças e histórias que a "lógica" nacional por vezes ignora. 

Uma das mais curiosas proclamações de independência em território Europeu aconteceu em 1990.   A norte do rio Dniester na antiga república Soviética da Moldávia existia um considerável número de Russos que migraram dos quatro cantos da União Soviética para instalar na antiga república uma zona industrial onde o ideal proletariado pudesse florir. O colapso da União Soviética marcou o regresso do Nacionalismo Moldavo na única ex-república Soviética de língua Romana e por consequência o isolamento (primeiro político e depois geográfico) da minoria Russa para lá do Dniestre. Inspirados pelo ideal comunista a população Rossófona proclama a independência de facto do território entre o Dnistre e a Ucrânia. Nascia assim a Transnístria, capital Tirapsol.


O décimo quatro exército Russo foi então chamado a intervir de modo a proteger o avanço Moldávo e em agosto de 1991 eclodia a guerra civil na margens do Dniestre. Em 92 assina-se o cesar fogo com o acordo de que a Transnístria pertenceria à Moldávia mas gozaria de autonomia reforçada. 

Quase duas décadas depois na Transnístria ainda impera a vontade de reunificação com a antiga terra mãe. Em 2006 foi feito um referendo cujo resultado indica a preferência pala independência total e posterior anexação política à Russia. No brasão de armas da Transnístria ainda figura a foice e o martelo, sinais de uma vontade que o tempo, economia e fronteiras simplesmente não apagam. Isto devia merecer alguma reflexão.

1 comentário:

Cristina disse...

Muito bom! Gostei muito! Não aconteceu comigo, mas sinto imenso a nostalgia.
Beijinhos e fica bem!

Trans - Siberiano