Pondo os números (das autárquicas em Vila Real) no mapa (6)...

Agora que estão apuradas todas freguesias do concelho de Vila Real (demorou!) está na hora de colocar os números no mapa. Bem... na verdade não coloco os números mas apenas a cor política do partido vencedor em cada uma das freguesias da filha de D. Diniz. Mas já lá vamos. Primeiro os totais do concelho. 

Os totais do concelho ficaram distribuídos desta forma: PS 43.96%, PPD/PSD 42.32%, CDS/PP 4.79%, PCP/PEV  2.38% e o BE 2%. Em relação ás autárquicas de 2009 o PS ganha perto de 9% de votos, um bom resultado. Depois todos os outros partidos perdem. O PPD/PSD cai 7.4% , o CDS/PP cai perto de 1% (0.98 penso eu), o PCP/PEV 0.5% e o BE dá o maior trambolhão de todos os partidos e cai... 1%. Digo isto porque o 1% que o BE perde equivale a 1/3! dos votos angariados no escrutínio de 2009. Mas a principal derrota tem que ser inequivocamente atribuída ao PPD/PSD que não segurou uma autarquia com o estatuto de histórica das hostes laranja. Podemos especular sobre as razões. Provavelmente uma combinação de um sentimento Nacional hostil face ao PSD (o que penso não ter sido determinante), uma indefinição de candidato laranja que durou mais que o "normal" e cujas explicações nunca abonaram em favor da transparência e por fim a materialização do velho ditado Jaggeriano de "you can´t always have what you want".

Mapa de elaboração própria com dados daqui. Todos os números em %. 

Linhas a tracejado indicam a antiga divisão administrativa.

Assim sendo os Vila Realenses decidiram atribuir a vantagem ao PS para este governar. O PPD/PSD terá agora que se acostumar a uma realidade estranha, a de ser oposição. A troca de cadeiras deverá gerar discussões interessantes na assembleia municipal. Também um perdedor da noite de ontem foi o CDS/PP. Um perdedor não tanto pelo número de votos (~ - 300 que em 2009) mas sim pelas declaradas ambições do CDS em quebrar a hegemonia rosa e laranja no que toca à eleição de vereadores. Tal não foi possível e o tão ambicionado posto de vereador vai ter de esperar por agora. Com as suas perdas marginais o PCP demonstra aquilo que sempre foi, um partido com uma base sólida, quase que imutável, mas que teima em não cativar eleitorado. O que o PCP tem demais - ideologia - o BE tem de menos e isso ficou provado. Enquanto que o PCP se agarra ao seu eleitorado de base para estancar o hemorragia para o PS, o BE não consegue estancar a fuga de votos.  E para onde foram esses votos? Para o PS? Não creio... O BE para mim sempre foi o partido onde se vota em protesto e não porque se acredita mesmo. A minha interpretação é que o 1% dos votos que o BE perdeu não foram para o PS nem PCP mas sim para o voto em branco (o novo voto de protesto) que só por acaso subiu 1%.

Em termos geográficos o PS ganha as ex-freguesias de N.S.Conceição, S.Diniz e São Pedro. Agora esta super-freguesia tem um nome qualquer que ocupa certamente duas linhas.  Eu decidi chamar-lhe a freguesia da Santa Trindade (alusivo à nomenclatura divina das freguesias que a originaram). Aliás, eu odeio o termo "União de freguesias X e Y" e por isso decidi dar as minhas sugestões para nomes mais originais, se bem que também mantenho a antiga nomenclatura para referência. Mas voltando ao que interessa. É na freguesia da Santa Trindade que as coisas se decidem dada a concentração de população e o PS consegue aqui a vitória decisiva com 46.43% dos votos contra 34.83% do PSD. O PS vence também em Lordelo, Mateus, Vila Marim, Lamas de Bela, Vilaroufe, Ermeira, Abaças e Guiães. Esta última freguesia está colorida a rosa mais escuro pois aqui o PS consegue 53.71% dos votos, o melhor resultado rosa da noite em Vila Real. Já nos lados do PSD a super-freguesia Constanteiras é responsável pela maior vitória laranja da noite, 60.4% dos votos. Na freguesia onde morava, Lamouços, o PSD também ganha, algo de habitual nas últimas décadas. Em termos geopolíticos o PS desenvolve-se em duas frentes. Uma a Sul com quartel em Guiães que se estende até Ermeira outra vinda de Norte de Vilaroufe até Santa Trindade. Já o PSD ficou agora dividido em duas trincheiras. Uma a Este liderada por Constanteiras e outra a Oeste tendo como posto avançado Campeã... Irónico não?

E assim foram as autárquicas de 2013 em Vila Real. Mas o mais interessante ainda está para começar... 

IAA 2013, as fotos....

Saindo da estação principal não demora mais que dez minutos a pé até se chegar ao epicentro automobilístico Europeu de 2013. Terminou em Frankfurt no domingo passado a 65ª IAA, o maior salão automóvel em solo Europeu que tem lugar a cada dois anos (se bem que o salão de Paris não lhe fica muito atrás). Este ano tive a oportunidade de estar presente e de fotografar alguns modelos. Fiquem pois com o resumo.

 

A Mercedes é uma exagerada, já sabemos... Não só  contrata elementos à dúzia para a sua equipa de F1 como reserva o maior pavilhão disponível. Depois presenteia os espectadores com um show de alta tecnologia, dentro e fora dos carros. 

 Por falar em Mercedes e em F1, não podia faltar o W04 para deleite do fãs da marca das três pontas.

Ao contrário da Mercedes, que ainda não ganhou nada na F1 contemporânea a não ser umas corridecas de que já ninguém se lembra, a Audi mostrava o seu o imponente R18 e-tron quattro juntamente com o caneco de vencedor da 24 horas de Le Mans.

A Volkswagen anda preocupada com os consumos e por isso decidiu encantar os visitantes com o seu protótipo XL1. Um popó que consome apenas 1litro de gasóleo por cada 100 km percorridos. Vão ser feitos 250 e cada um vai custar 100 000 Euros mas isso agora não interessa.  

Algo mais acessível, o "novo" Yeti da Skoda. Acho até que é mais um face-lift. Um dos meus carros preferidos pois é espaçoso, prático e dá para fazer aquelas escapadas ao fim-de-semana por estrada de terra batida até à queda da água mais próxima... sim vem com a opção 4x4.   

Existem carros e depois existe o 911. Este carro já foi tanta vez re-desenhado e aperfeiçoado que é difícil encontrar-lhe falhas. Adorei esta versão comemorativa dos 50 anos do modelo o 911 50, sim o nome não é original mas o estilo retro é delicioso.

Para mim o melhor do show, o 918 Spyder. A única coisa que não gostei foi os perenes caramelos Germânicos ao lado do carro. De resto é uma obra de arte. 886 cavalos distribuídos por três motores, um V8  e dois eléctricos. Em modo completamente eléctrico a Porsche diz que o carro faz 32 km, o suficiente para dar umas voltas ao Mónaco num Domingo à tarde.

Mais um sobrevivente de Le Mans, desta vez o 911 RSR vencedor da classe Gt Pro.

La bella Itália estava meio apagada. A Maserati não trazia grandes novidades. Saltou-me à vista um bonito Ghilbli azul, o quatro portas que na minha opinião vai dar muitas dores de cabeça ao Aston Rapide. 

A Ferrari não mostrou modelos novos. Gostei particularmente do 458 Speciale. O nome só pode ser ironia Italiana, como pode um Ferrari não ser speciale? 

E por fim o 4C da Alfa. A foto não vale nada porque alguém decidiu que holofotes vermelhos apontados a um carro vermelho é que é fixe!  Já está a ser produzido à cadência de 3500 unidades ano e esperemos que o modelo possa dar à Alfa aquela aura mística de outrora.

Pondo os números (das eleições Alemãs) no mapa (5)...

Primeiro os números totais. O partido de direita CDU/CSU arrecadou 41.4% dos votos nas eleições federais que tiveram lugar no passado domingo. Uma percentagem que transporta o partido até à fronteira da maioria absoluta, ficando apenas a 5 assentos do controlo solitário do Reichstag. Quanto aos restantes partidos o SPD ficou com 25.7%, Die Linke 8.6%, Os Verdes 8.4%,  o FDP com 4.8%, a AfD 4.7% e o partido Pirata com 2.2%. O acontecimento mais importante da noite foi o facto de o partido liberal FPD não conseguir votos suficientes (5%) para entrar no parlamento. Isto coloca a CDU/CSU numa encruzilhada. Na verdade a quase-maioria é um presente agridoce para a actual chanceler. Impossibilitada a tradicional coligação CDU-FDP, a direita Alemã tem agora duas possibilidades. A primeira é governar sozinha, esperando que a oposição não se entenda nas matérias e haja dispersão de votos à esquerda. A segunda é buscar uma coligação com um dos partidos com assento parlamentar. Aqui o cenário não é simples. Na noite passada todos os partidos da oposição se mostraram desfavoráveis a uma coligação com a CDU. Uma coligação composta pelos Verdes, SPD e Linke seria suficiente para garantir uma magra maioria de 319 lugares. Tal cenário não parece muito provável conhecidas que são as assimetrias entre SPD e Linke.

Fonte

Em termos territoriais como se comportou o eleitorado Alemão em relação ás eleições de 2009? O mapa mostra o partido mais votado na eleições de 2009 (direita) e 2013 (esquerda). Eu acrescentei a antiga fronteira da RDA (a verde e a olho, por isso agradeço que apontem possíveis erros) pois ainda existem algumas características sócio-económicas que definem essa região e se reflectem na altura de votar. De notar ainda que o mapa mostra área territorial na qual certo partido saiu vencedor mas nada diz sobre o número total de eleitores nessa área. A CDU/CSU expandiu o seu domínio territorial na antiga RDA. O partido Die Linke (roxo), que em 2009 conseguia fazer frente quer ao SDP (vermelho) quer à CDU/CSU (preto), perde grande da sua base de apoio - se bem que consegue manter a parte Leste de Berlim sob a sua influência. As perdas territoriais do SPD são menores, basicamente o SPD vence nas mesmas regiões onde venceu em 2009. Fica assim demonstrado onde o seu eleitorado fiel mora. Em termos de votos o SPD consegue até melhorar a prestação de 2009 por 2.7%, uma magra consolação. Interessante notar que a cidade de Berlim exibe numa era de democracia a sua característica divisão política de outrora. A Leste predomina o partido Die Linke com algum Verde à mistura, na zona Ocidental predomina a CDU/CSU. De notar que o SDP perde para a CDU/CSU as regiões de Berlin-Mitte e Neukoelln ganhas em 2009. Se interpretarmos o SPD como um partido da esquerda moderada, o seu "desaparecimento" de Berlim indica que a divisão política na cidade aumentou de 2009 para 2013? Fica a sugestão... 

Vietnamese summer night...

The summer seems already so long ago, although the sun still makes some wild appearances as we march on towards the winter. This summer in Potsdam was great. It was properly hot throughout June and July. There was quite a lot of swimming in the lake and bike tours. Occasionally there was some unexpected events like this gathering of the Vietnamese community in Potsdam. The event caught me by surprise in late July as I was returning from the weekly shopping. I came home quickly, got hold of the camera, and went of again to take some pictures. The only negative aspect were the mosquitoes, that tend to be as persistent as the Germans themselves.

 

Uma paragem para valentes!

Existe uma paragem de autocarro em Potsdam onde só os mais valentes esperam. Nessa paragem não há lugar para o viajante incauto e a menor distracção equivale a um início de dia deplorável. Nessa paragem é vê-los em avanços e recuos estratégicos cada vez que um autocarro vira a esquina e aparece ao fundo da rua. "Será o 692 que ai vem?", pensam silenciosamente os viajantes em uníssono. Aproximam-se da estrada como tropas ao sinal de comando, abandonando a relativa segurança enxuta do coberto. Depois vem a desilusão parcial... "Afinal é o 612". Algumas das tropas abandonam outras aguentam firme. Outro autocarro dobra a esquina, o batalhão avança. Um condutor menos atento não vê o mar de água que se desenrola à sua frente e bombardeia a trincheira. As baixas são transportadas para a segurança do 692 que finalmente faz a sua aparição e batemos em retirada.

Localização   

O meu Porsche GT3 RS

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Krasny Oktyabr

Outubro Vermelho (Krasny Oktyabr) é uma marca de chocolates produzida na Rússia. O exemplar que seguro foi produzido em Moscovo, comprado no Quirguistão e transportado até Potsdam - onde foi inevitavelmente  consumido com grande deleite.

A marca tem as suas origens no espírito empreendedor do senhor vom Heinem, um Alemão que em 1851 decidiu abrir uma pequena loja de chocolates com o seu próprio nome na rua Arabat situada no centro histórico de Moscovo. Em 1857  Heinem  associa-se a Julius Heuss e juntos abrem um fábrica de maiores dimensões nas margens do rio Moscovo, corria então o ano de 1867. A marca de chocolates Heinem cedo recebeu a fama de produzir produtos de alta qualidade. Um dos seu principais clientes era a própria família real. Com a revolução de 1917 e a execução do seu mais notável cliente, a fábrica foi tomada pelo governo provisório bolchevique e rebaptizada de "Fábrica Estatal de Doçaria Nr. 1". Em 1922 a fábrica adquiria finalmente o nome pelo qual é hoje conhecida, Outubro Vermelho. Com a mudança de nome e a consolidação do regime Soviético a produção de chocolates foi aumentada e a fábrica modernizada. Com o inicio da II guerra Mundial a produção foi ampliada de modo a fornecer o Exército Vermelho com algo doce para suportar os amargos da guerra. Entre os vários produtos feitos para o esforço de guerra havia um curioso chocolate com alto teor de cafeína (Kola) que se tornou muito apreciado nos ramos da marinha e aviação (os Alemães também distribuíam às suas tropas um tipo de chocolate semelhante). Com o fim da guerra o esforço da fábrica foi direccionado de novo para a produção de chocolate de alta qualidade. O objectivo era mostrar ao Mundo que o regime Soviético era um "doce".

Antiga fábrica Outubro Vermelho na margens do rio Moscovo. Wikipédia

Em 1966 surgiu a imagem de marca que perdura na memória de milhões de Moscovitas. A imagem da criança que dá corpo à própria marca é conhecida por Alenka ou Alyonka. A origem da imagem é oficialmente desconhecida mas os rumores dizem que se trata de um retrato da filha de um dos artistas que na altura trabalhava no departamento de publicidade. Esta é a imagem que muitos Russos associam quando escutam a palavra chocolate. A fábrica, claro está, resistiu ao rigores da Perestroika e à "invasão" ocidental e em 2007 foram inauguradas novas instalações nos arredores de Moscovo. A marca preserva no entanto quer os métodos de fabrico quer a Alyonka em quase todos os seus produtos.

Intermezzo

Potsdam continues to deliver a number of glimpses on interesting road cars. Now that the summer is ending, some sights like the ones below will become progressively rarer.  Convertibles will return to their garages, classic cars will do alike. The street will once more became over saturated with standard boring cars. Let us then enjoy the sights before the winter begins…

 

 

The City in the Sea...

(...)

In a strange city lying alone   
Far down within the dim West,   
Where the good and the bad and the worst and the best   
Have gone to their eternal rest.

(...)

The City in the Sea

Edgar Allan Poe