5 de janeiro de 2009

O novo fim do velho ano...

Com o fim de 2008 dei por mim a projectar as minhas mais ou menos humildes ambições para o novo ano que, quase sem dar por isso, já envelheceu 5 dias. E foi neste rápido compasso de eventos que decidi usar os escassos 20 minutos que todos os dias reservo à escrita para vos dizer que não desejei nada de extraordinário para este ano.

Todas as resoluções de ano novo costumam sair (pelo menos a mim) furadas e vazias. Invólucros de brilho oco que se quebram em indecisões à mais leve pressão. Podem pensar, e dizer, que isso é devido ao fraco estado de espírito combativo que emprego nas ditas resoluções de ano novo, e eu concordo com vocês...
Os tais "12 desejos" que sofregamente invocamos ao ritmo das badaladas no término de cada ano não passam de coisas sem sentido... "Ai, eu só peço saúde", costuma dizer a minha mãe... Caramba mulher, pede algo de jeito... já que é para pedir pede à fartazana, pede algo em grande. A doença, ou é algo que nos acontece por nossa culpa ou é um acontecimento estocástico que nem com as mais devotas rezas ou mezinhas se evita. Se depende de nós, então sejamos cuidadosos, se não depende de nós então também não vale a pena sacrificar uma passa por algo que simplesmente acontece por acaso, má sorte, ou intervenção divina (para alguns).

Se realmente tivéssemos vontade de levar a sério os desejos de ano novo, não pediríamos coisas como saúde, dinheiro, felicidade, paz no Mundo e outras demais coisas mundanas. Tudo isto é inatingível com uvas que já conheceram melhores dias e champanhe da região. Mas se assim é, porque continuamos nós a pedir todos os anos o mesmo, ou melhor, que devemos nos então pedir?
Na minha opinião continuamos a pedir coisas porque isso nos dá alento, é quase como que um tónico para a alma. Faz bem desejar, imaginar, dizer farei, irei, buscarei, mesmo se depois não fizermos um terço do que nos propusemos inicialmente. Quanto ao que devemos nós pedir... bem, isso já não é tão fácil. Para mim a raiz do equívoco está na semântica. Não devemos pedir, devemos exigir, exigir de nós claro, nunca dos outros.

Assim sendo (e pela primeira vez em muitos anos) não desejei nada neste fim de ano, pelo contrário, exigi de mim o seguinte:

-Dar o primeiro e o segundo passos
-Ir onde quero
-Agarrar-te sempre que apareceres

:"You don´t know how lovely you are":

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