Vivemos em geral um dia de cada vez e não faz sentido que seja de outra maneira. Vivemos por um dia e esquecemos, o ontem simplesmente já não existem. Dada a nossa apetência humana para o esquecimento, é bom ter ferramentas para nos lembrar que o passado pode ser revisitado, analisado e usado para contextualizar o futuro. Vem isto a propósito do ano 2014 ter sido o mais quente desde que existe no planeta medições confiáveis de variáveis climáticas. Não foi notícia de jornal, nem era preciso ser, uma vez que tal resultado era já especulado por largas dezenas de físicos e climatólogos. Mas convém relembrar à nossa limitada mente que, como esperado, as alterações impostas pela actividade humana ao clima continuam a ser medidas e verificadas.
Assim sendo, e para relembrar, a temperatura média do planeta terra no ano de 2014 foi 0,68 graus centígrados mais elevada que a média anual entre 1951 e 1980. Na Europa o ano foi particularmente quente (especialmente no Reino Unido), bem como no norte de África, Alasca e grande parte do oeste Russo. A costa Atlântica dos Estados Unidos da América viveu um ano quase dois graus mais frio que a média 1951-1980, o mesmo acontecendo com várias zonas da Antártica.
O facto de o ano de 2014 ter batido mais um recorde de temperatura é ainda mais interessante dado ao facto que as condições de El Niño terem sido praticamente nulas. O El Niño está relacionado com a variabilidade da temperatura global no curto prazo (por exemplo durante um ano). Se o El Niño se tivesse desenvolvido de modo mais intenso durante 2014 (o que quase aconteceu), então o nosso esquecido passado seria ainda mais óbvio.
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