O estudo do clima traz notícias novas e menos novas todos os dias. Um dos passatempos preferidos dos climatologistas é olhar anomalias e tentar descobrir mínimos e máximos "históricos" todos os dias. Digo "históricos" porque os nossos instrumentos de medição, bem como a compreensão sobre fenómenos climáticos, é por vezes bastante recente.
Um dos fenómenos climáticos que tem ganho bastante atenção este ano é a possibilidade de 2014 ser um ano de El Niño, o que levaria este ano a ser um ano relativamente quente em relação à média global 1960-1990.
A 8 de Maio deste ano, a NOAA emitiu um pré-aviso sobre a evolução de condições favoráveis à ocorrência de El Niño (ENSO). A probabilidade do fenómeno ter lugar foi na altura descrita como sendo de 80%. A 5 de Agosto os modelos foram novamente postos a trabalhar com novas condições iniciais e as chances para a ocorrência de El Niño baixou para os 65%. A principal razão apontada para a diminuição é a ausência de uma resposta atmosférica ao calor acumulado no oceano. Em geral tal resposta começa a ser detectada em inícios de Agosto.
Uma parte substancial dos modelos continuam a apontar para temperaturas (atmosfera) superiores ao limiar da necessária para a ocorrência de El Niño, mas com menos intensidade do que em Maio. Mais consistente parece ser a situação relativamente à temperatura do oceano.
E ficamos assim, à espera do ENSO, que poderá ou não chegar, mas cuja espera trás sempre bons momentos a cada manhã...
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