No curioso mundo da cartografia, os mapas de navegação dos antigos habitantes das ilhas Marshall (2000 - 500 AC) ocupam um lugar à parte. Existem duas dimensões que tornam estes mapas únicos, o material com que eram construídos e o modo de os usar.
(Tirado do livro, os 100 diagramas que mudaram o mundo.)
Os habitantes das ilhas Marshall desenvolveram um série de mapas de navegação feitos com os poucos recursos que as ilhas tropicais fornecem. Para base do mapa usavam o nervo central de folha de palma. Para representar os vários atóis usavam conchas e búzios. Correm rumores que a escala que usavam não representava uma medida de distância mas sim de "importância relativa". Por exemplo, uma concha grande não representava necessariamente uma ilha grande (no sentido de área) mas sim uma ilha com um significado especial para os navegadores, na maioria dos casos algo espiritual. Para representar correntes, ventos e ondulação, curvavam folha de Pandanus que depois prendiam à base do mapa com fios de coco.
A segunda característica distintiva prende-se como o modo em como os mapas eram usados. Apesar de se poderem categorizar como mapas de navegação, os mapas não eram, em regra, levados a bordo do barcos. Os habitantes das ilhas Marshall passavam o seu conhecimento de forma oral, incluindo as rotas de navegação de ilha para ilha. Estas rotas eram em geral poemas ou canções que descreviam o modo de chegar a uma determinada ilha. Os mapas eram usados como mnemónicas para decorar o "texto" cantado. Existiam basicamente três tipos de mapas; os rebbelib, mapas de pequena escala para representar os principais grupos de ilhas; os meddo, mapas de grande escala para navegação entre duas ilhas; e os mattang, mapas abstractos que serviam para instrução.
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