O tal acenar...

Como é habitual, no Sábado passado fui dar a minha "corridinha" do costume. De casa até ao local de onde parte o barco para a Pfaueninsel são cerca de 7km através de floresta arquitectada que se estende até ao Havel. Pelo caminho damos de caras com os mais curiosos adeptos de desporto. Há quem vá de bicicleta, skate, patins em linha e, é claro, há ainda os que caminham e os que correm. Ora, entre os que correm podemos observar um fenómeno curioso, um "tal acenar" quando cruzamos com um corredor/a que viaja na direcção oposta. Há os que acenam com a cabeça, com o dedo indicador e até há os que levantam o braço! Tudo isto numa coreografia nunca ensaiada mas sempre no tempo certo.

É claro que nem todos fazem o "tal acenar", preferem disfarçar e olhar para o relógio, talvez simulando uma olhadela nas horas ou no crono pessoal. Eu sou daqueles que força o "tal acenar", isto é, quando vejo que um corredor se aproxima faço um gesto firme com a cabeça de cima para baixo. Em geral todos retribuem o "tal acenar", faz com que por momentos nos sintamos parte de uma família anónima, uma comunidade que encontra identidade no denominador comum do passo acelerado.



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O "tal acenar", um gesto de múltiplos significados e ao mesmo tempo sem significado nenhum. No fundo, um dopante mental para por momentos esquecer que ainda só vamos a meio do caminho.