Mil e uma ideias me perturbaram um sonho inquieta. Daqueles sonhos que temos na flor da nossa adolescência onde somos maiores que o Mundo e no mínimo o dobro do infinito. Sonhos onde a palma da nossa mão trava o sol de Julho como que por magia e onde uma brisa de praia assimétrica levanta o teu vestido acima do joelho. E poderia ficar assim, durante horas e horas e até quem sabe alguns segundos, olhando o céu despido de nuvens num azul amorfo e solitário enquanto ao longe o riso violino das crianças faz duetos de esperança com o contra-baixo das ondas. O livro cai a teus pés entreaberto no prefácio do tempo onde um monólogo suspira de solidão nas metáforas de um relógio que marca já quatro da tarde. Levanto-me, olho o mar, a colina, o farol. Pedaços de cenário de um acontecimento que sei não ser real. É como se pudesse ver as cordas, os arames, os efeitos sonoros, um teatro à escala da paisagem com fundo de horizonte. Sinto uma vertigem súbita, os sons tornam-se imensos, a luz abrasiva. Tento fechar os olhos mas algo me impede. Vejo que tens o livro nas mão e que o vais fechar. São 7:30 da manhã, estão -4 graus lá fora...
3 comentários:
Só posso dizer que és um poeta de eleição!!!
Admiro a tua escrita
Caro Luís,
Fico rendido ao que escreves... as palavras criam imagens e no final fica-se com uma sensação de querer ler mais! Parabéns e acredito que poderias dar um passo na aventura da escrita, porque talento não te falta!
Um abraço junto ao Rio Douro, num dia de sol, com gaivotas pousadas por baixo dos pilares da ponte do freixo... que me fazem voltar à realidade - ambiente e construção!
Obrigado Joana e Vitor. Um abraço grande...
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