13 de fevereiro de 2009

Light my fire...



Os "freaks" do departamento de modelação/programação pensam que tudo nesta vida se remete a estabelecer equações para estimativa do teor de humidade de combustíveis da folhada e do estrato arbustivo, humidade de combustíveis florestais finos etc etc, para no fim arranjarem um modelo de previsão de ocorrência e extensão de incêndios florestais. Depois fazem uns artigos que mandam para a Nature e depois andam a bradar aos céus o terror das alterações climáticas no que toca ao cálculo do futuro risco de incêndio.

Depois acontecem coisas como na Austrália e Portugal também, ou seja, a grande maioria dos incêndios florestais têm origem no comportamento Humano, quer intencional que por negligência. Um pedaço de floresta pode estar debaixo de 40 graus todo o dia, sem humidade nehuma, os arbustos todos resequidos e os esquilos a apanhar valentes escaldões na folhagem caída.. se niguém iniciar a combustão acreditem em mim que a floresta não arde...

Assim, só para chatear a malta decidi fazer o gráfico acima e mandar para o mail geral. Usei os dados de detecção por satélite no estado de Victoria na Austrália extraídos do FIRMS, uso do solo extraído do DCW e densidade populacional extraido do SEDAC. Depois, apartir do centroide das áreas urbanas criei buffers concêntricos igualmente espaçados a cada 10km e retirei toda a informação acima mencionada incluída em cada buffer. O resultado mostra como o número de detecções são zero quando estamos no centro da cidade sem qualquer fracção de floresta. Quando nos vamos afastando do centro das áreas urbanas e a quantidade de floresta aumenta o número de detecções aumenta também linearmente até aos 50km. A partir desse ponto, por muita mais floresta debaixo de temperaturas infernais que tenhamos o número de detecções decresce...A influência humana é agora diminuta e número de detecções desce, aos 100km é quase zero...

Qualquer modelo que se digne desse nome tem que ter em conta o factor humano e a distância de floresta aos centros urbanos... Quanto às alterações climáticas... o que elas fazem é aumentar os dias propícios à ocorrência de incêndios, mas quem os inicia (83 a 97% segundo Moreno 1998) é o homem...

Abraços

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