Caros leitores deste blog, este é por ventura o post mais triste que alguma vez coloquei neste site.
Recebi ontem a notícia via internet de que já não sou um orgulhoso proprietário dessa pérola da engenharia automóvel Francesa o Citroen AX XQ-63-63.
Recordo com nostalgia a primeira vez que o vi, estava numa oficina a caminho da Luislândia em cima de quatro macacos hidráulicos, tinha o capot aberto pois o seu motor tinha acabado de ser revisto. Um homem cheio de óleo nas mãos dirige-se a mim e diz em linguagem tipíca de mecânico...
Sôr Luís, isto aqui é uma máquina... Acabei de rever o motor, está melhor do que quando veio d'orige...
Podemos dizer que foi amor à primeira vista, todos os que são ou já foram proprietários de um AX sabem do que eu estou a falar. É um veiculo peculiar, todos o podem conduzir, mas muito pouco o sabem conduzir como dever ser.
Os poucos mortais que já tiveram a oportunidade de apanhar boleia no mítico XQ-63-63 conhecem bem as suas artimanhas, as portas traseiras que não abriam por dentro, o ponteiro do gasóleo que nunca saía da reserva mesmo após o reabastecimento total do depósito, e claro, o célebre ponteiro saltitante do velocímetro. Esta é sem dúvida a característica mais marcante do mítico XQ-63-63, o ponteiro começava a marcar apenas nos 25 km/h, depois saltitava 10km a cima 10 km abaixo da velocidade real, só estabilizava apartir dos 100 km/h (é verdade, chegava aos 100).
Ser dono de um AX é uma filosofia de vida, só está ao alcançe de alguns. Em jeito de despedida deixo-vos com uma célebre música especialmente adaptada para o mítico... Foi o primeiro carro que possui e como tal terá sempre um lugar especial na minha memória, adeus XQ-63-63, foste mais que um carro, foste um amigo...
Ser dono de um AX é ser mais alto
É ser maior do que os homens, conduzir como quem beija
É meter gasóleo e pagar como quem seja
Dono de apenas uns míseros trocos...
É ter de mil estradas o explendor
E saber que os outros têm inveja
É ter no capot um motor que flameja
É conduzir com alma e garras de condor.
É ter sorte, é ter sede infinito
Com bancos forrados a tecido preto
É gritar "sai da frente" num só grito
E é amar-te assim perdidamente
É seres transporte e amigo e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente...
(adaptado de Florbela Espanca, se fosse viva de certeza que tinha um AX)
9 comentários:
Muito bem, outro dia que ele acordou saudosista e bem humorado.
Tudo por causa de AX...
É mesmo verdade... Eu também já apanhei boleia no mítico XQ-63-63... Esse veículo que transformava curvas difíceis em rectas fáceis.
Como não estava ao alçance de qualquer mortal, hoje também recordo com alguma mágoa essa jóia de 5 rodas (é verdade... e a suplente?) que fez as delícias dos parques de estacionamento da UTAD.
Até sempre XQ-63-63... Vamos ter saudades tuas!
Não resisti à tentação de divulgar o teu poema sobre o mitico CITROEN AX.
pela mão (ou pé)da Sofia vim conhecer o poema sobre o mitico CITROEN AX.
Boa adaptação.
A Florbela ia adorar dar uma volta no teu AX, para compensar o poema Axiszado.
:-)
Partilho da tua dior meu caro amigo..
Eu não sei o que é ter um AX, mas sei o que é ter um Golf II, que contínuo a guarda religiosamente na minha garagem...
O nosso primeiro carro é para a vida...
Estou certo de que um dia o teu AX voltará de novo para as tuas mãos...
"O SEU A SEU DONO"
Caro Luís...
Queria deixar aki as minhas condolencias pelo k motiva a tua tristeza...Amigos: Perdeu-se a JOIA DA COROA do mui nobre Curso de Engenharia Ambiental e dos Recursos Naturais da UTAD... Já passei pelo menos duas noites dentro dele!! e mais nao digo... Abraxo
é com grande mágoa k vejo este fatídico anúncio. Mas nunca te esqueças, sempre que kiseres matar saudades da condução em condiçoes extraordinárias a bordo de um CITROEN AX, fala cmg, pk o meu bólide está aí pras curvas...
Já agora, como é que eu vou saber se estás na UTAD? Sim pk, antes bastava ver essa bomba k saltava a vista no parque de estacionamento.
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