6 de fevereiro de 2015

De volta à prateleira...

Após semanas de viagem, curtas e longas. Depois de repousarem em mesas de café, secretária, chão da casa e  bancos do comboio. Chega o momento de regressarem à prateleira. Ficam mais tristes é certo, mas também é certo que um dia voltarão a circular entre mãos, locais e momentos. Aqui ficam pois os livros que me acompanharam nos últimos tempos.

Crime e castigo


A primeira grande obra de referência do Dostoevsky "maduro" e o seguimento da minha incursão pelo universo do autor. Uma pesada e sombria viagem à São Petersburgo do século XIX adormentada pelos flagelos do álcool, tuberculose e crime. A história de Rodion Raskolnikov, um estudante que comete o crime perfeito mas que acaba por se entregar à polícia uma vez que se vê incapaz de prosseguir a sua vida carregando tal fardo. Para Rodion o crime é permitido se cometido por um ser superior em benefício geral da Humanidade. Uma ideia que podemos também observar nas palavras de Smerdyakov em "Os irmãos Karamazov" quando refere que "... tudo é permitido ao homem inteligente". Pessoalmente gostei mais de "Os irmãos Karamazov", mas os capítulos finais de "Crime e castigo" são uma maravilha.

Karl Marx: His Life and Environment
Uma interessante introdução à vida de Karl Marx, não só no seu sentido humano mas também no que diz respeito ao ambiente cultural da época. Na verdade podemos assistir a duas fases distintas do livro. Na primeira o autor descreve, por vezes de modo exaustivo (aborrecido?), todo o ambiente filosófico da altura e que teve profunda influência no desenvolvimento intelectual de Marx, notoriamente os ensinamentos de Hegel. A segunda parte do livro é bem mais interessante. Isaiah conta da vida de Marx, muitas vezes  no limiar da pobreza aquando do seu exílio em Londres, incansável na sua tentativa em organizar o movimento comunista. Se conseguirem sobreviver ás 150 páginas iniciais, o livro torna-se uma ferramenta importante para compreender as teorias de um pensador que ainda hoje, goste-se ou não, ainda ecoam pelo mundo fora.


Magallan

Zeweig conta de modo rápido e informativo, bem ao seu estilo, a história daquele que considera no início do seu livro ser um dos mais desvalorizados personagens da história. Está lá tudo. A primeira viagens ás Molucas, o desinteresse do rei de Portugal sobre um possível circum-navegação, o seu contracto com Espanha, as invernais águas Argentinas e a sua patética (sim, porque não existe outro termo) morte quando estava tão perto da glória. Fica para os meandros da história um pormenor importante, a verdadeira identidade do primeiro homem a dar, verdadeiramente, a volta ao Mundo. Mas mais não digo...




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