Coisa gira é o youtube.
Como por opção não tenho televisão em casa é o youtube que me dá a possibilidade de ver, com algum aceitável atraso, os debates para as próximas legislativas. Confesso que ainda não vi todos, mas só ontem vi três de uma assentada... A saber, Portas vs Sócrates, Louçã vs Jerónimo e Manuela vs Louçã. Grande noite a minha sem dúvida. Uma noite onde tive uma desilusão, uma surpresa e uma confirmação.
Comecemos pela desilusão.
Para mim a desilusão chama-se Paulo Portas. Político que sempre considerei combativo e inteligente foi, a meu ver, derrotado por Sócrates. O actual presidente soube muito bem trazer à memória o passado recente da governação PSD/CDS para atacar Paulo Portas por várias ocasiões. Este foi o debate mais trapalhão dos três onde as regras foram menosprezadas e pouco respeito houve entre os dois líderes. Na questão da segurança a pergunta de fundo de Sócrates nunca foi respondida por Portas quando este criticava um decreto de lei que supostamente (segundo Sócrates) votou a favor... A dúvida ficou de facto no ar e Portas tentou fugir dela o melhor possível mas não conseguiu demonstrando pouca coerência. Sócrates apresentou os números que lhe convém e ocultou ou deu menos ênfase ao que não lhe era conveniente tentando minimizar os possíveis estragos, uma estratégia clássica de quem defende o poder...
A confirmação veio pelas bocas de Jerónimo e Louçã, ou seja, o mesmo discurso que ando a ouvir desde que recebi o direito de voto. O debate não foi a meu ver um confronto de ideologias, aliás muito parecidas, mas sim um ataque à direita e à governação socialista rotulada também ela como sendo de direita. Em 45 minutos os dois líderes quase nunca se defrontaram a sério em discurso directo preferindo antes divagar pelas soluções clássicas contra o actual executivo ou contra a "outra" oposição que afinal é toda de direita.
A surpresa dos três debates foi Manuela Ferreira Leite.
Temia que a senhora fosse massacrada por Louçã, político que tem na retórica um dos seus pontos mais fortes. Porém notei que o debate foi equilibrado e até agora o único onde houve um verdadeiro confronto construtivo de ideias e não apenas ataques de números e polítiquices. Louçã esteve fiel a si próprio defendendo a sua ideologia de um estado mais dominante e contra os grandes poderes instalados. Defende uma Re-Nacionalização das grande empresas mas não dá soluções onde vai o senhor arranjar o dinheiro para as comprar ao preço de mercado, sim, se a privatização foi uma venda a desprivatização é uma compra, ou não?
Manuela esteve melhor, a meu ver, na questão fiscal lembrando a Louçã que o problema não são as grandes empresas e privatizações mas sim as 300mil PMES onde a riqueza do País assenta, apesar de não ter referido que é à custa de algumas grandes empresas que muitas pequenas subsistem.
Ponto quase esquecido do debate, e para mim dos mais importantes, foi o admitir o facto de MFL admitir a existência de censura no caso PSD/TVI/Marcelo Rebelo de Sousa aquando do governo PSD/CDS. Em analogia com o que se passou com o Jornal Nacional da TVI recentemente, MFL relembrou as semelhanças e diferenças dos intervenientes, mas mantendo a opinião que em ambos houve censura.
Foi neste ponto que a diferença para com Paulo Portas foi maior. Ambos têm um passado não muito alegre devido à governação em coligação, mas de algum modo MFL sabe lidar melhor com esses fantasmas do que Paulo Portas... (Na minha opinião pessoal isto deve-se ao facto de MFL ser uma senhora. Todos sabemos como nós gajos somos teimosos hehehe)
Conclusão. Infelizmente não vi até agora alternativas à governação socialista, que afinal é de direita, segundo os entendidos... E pronto. Espero com ansiedade pelos próximos debates num youtube perto de si...
Como por opção não tenho televisão em casa é o youtube que me dá a possibilidade de ver, com algum aceitável atraso, os debates para as próximas legislativas. Confesso que ainda não vi todos, mas só ontem vi três de uma assentada... A saber, Portas vs Sócrates, Louçã vs Jerónimo e Manuela vs Louçã. Grande noite a minha sem dúvida. Uma noite onde tive uma desilusão, uma surpresa e uma confirmação.
Comecemos pela desilusão.
Para mim a desilusão chama-se Paulo Portas. Político que sempre considerei combativo e inteligente foi, a meu ver, derrotado por Sócrates. O actual presidente soube muito bem trazer à memória o passado recente da governação PSD/CDS para atacar Paulo Portas por várias ocasiões. Este foi o debate mais trapalhão dos três onde as regras foram menosprezadas e pouco respeito houve entre os dois líderes. Na questão da segurança a pergunta de fundo de Sócrates nunca foi respondida por Portas quando este criticava um decreto de lei que supostamente (segundo Sócrates) votou a favor... A dúvida ficou de facto no ar e Portas tentou fugir dela o melhor possível mas não conseguiu demonstrando pouca coerência. Sócrates apresentou os números que lhe convém e ocultou ou deu menos ênfase ao que não lhe era conveniente tentando minimizar os possíveis estragos, uma estratégia clássica de quem defende o poder...
A confirmação veio pelas bocas de Jerónimo e Louçã, ou seja, o mesmo discurso que ando a ouvir desde que recebi o direito de voto. O debate não foi a meu ver um confronto de ideologias, aliás muito parecidas, mas sim um ataque à direita e à governação socialista rotulada também ela como sendo de direita. Em 45 minutos os dois líderes quase nunca se defrontaram a sério em discurso directo preferindo antes divagar pelas soluções clássicas contra o actual executivo ou contra a "outra" oposição que afinal é toda de direita.
A surpresa dos três debates foi Manuela Ferreira Leite.
Temia que a senhora fosse massacrada por Louçã, político que tem na retórica um dos seus pontos mais fortes. Porém notei que o debate foi equilibrado e até agora o único onde houve um verdadeiro confronto construtivo de ideias e não apenas ataques de números e polítiquices. Louçã esteve fiel a si próprio defendendo a sua ideologia de um estado mais dominante e contra os grandes poderes instalados. Defende uma Re-Nacionalização das grande empresas mas não dá soluções onde vai o senhor arranjar o dinheiro para as comprar ao preço de mercado, sim, se a privatização foi uma venda a desprivatização é uma compra, ou não?
Manuela esteve melhor, a meu ver, na questão fiscal lembrando a Louçã que o problema não são as grandes empresas e privatizações mas sim as 300mil PMES onde a riqueza do País assenta, apesar de não ter referido que é à custa de algumas grandes empresas que muitas pequenas subsistem.
Ponto quase esquecido do debate, e para mim dos mais importantes, foi o admitir o facto de MFL admitir a existência de censura no caso PSD/TVI/Marcelo Rebelo de Sousa aquando do governo PSD/CDS. Em analogia com o que se passou com o Jornal Nacional da TVI recentemente, MFL relembrou as semelhanças e diferenças dos intervenientes, mas mantendo a opinião que em ambos houve censura.
Foi neste ponto que a diferença para com Paulo Portas foi maior. Ambos têm um passado não muito alegre devido à governação em coligação, mas de algum modo MFL sabe lidar melhor com esses fantasmas do que Paulo Portas... (Na minha opinião pessoal isto deve-se ao facto de MFL ser uma senhora. Todos sabemos como nós gajos somos teimosos hehehe)
Conclusão. Infelizmente não vi até agora alternativas à governação socialista, que afinal é de direita, segundo os entendidos... E pronto. Espero com ansiedade pelos próximos debates num youtube perto de si...
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