15 de junho de 2009

Prespectiva

(Nice, Setembro 2008)

Sobre as incógnitas da vida.

É difícil, a meu ver, distinguir aquilo que fazemos por convicção daquilo que fazemos por norma social. Outros podem achar que é simples mas eu acho tremendamente confusa a separação de acções derivadas da livre vontade de uma entidade pensante daquelas que são moldadas pelo "ambiente" social que nos envolve. Serão os exemplos "rebeldes" imortalizados em livros daqueles que seguiram o caminho da não uniformização, do inconformismo um claro exemplo de liberdade de pensamento? Será que por exemplo Che Guevara era um livre pensante na medida em que não podemos negar a influência que os livros de Karl Marx e Frederick Engels tiveram na sua conduta. Até que ponto o uso do simbolismo "Che" nos dias de hoje molda as nossas mentes?
Por este ponto de vista, será que todas as nossas acções não são nada mais que reflexos contemporâneos de uma rede social de influência e simbolismo tecida no momento em que os nossos antepassados decidiram pintar gravuras nas paredes de uma qualquer caverna poupada à glaciação?

O fenómeno rotineiro em que a vida se tornou guia os nossos olhos para a busca de sentido, imaginem só, sentido da vida. Como se a mera existência não fosse já motivo mais que suficiente para viver. Mas... Como continuamos presos à nossa rede social, perseguimos incessantemente esse tal sentido, julgando outros que não o fazem ou então apunhalando com críticas o sentido dos "outros" se não estiver de acordo com o "nosso". Como seres humanos que somos lidamos muito bem com este tipo de dicotomias. Ainda que muitas vezes atentos e cientes desta armadilha a verdade é que é mais reconfortante uma espera quando estamos todos dentro da mesma jaula do que um passeio a sós pela selva. Ou será que não?

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