Apaixonado que sou pela HISTÓRIA, gostava de começar aqui uma nova rúbrica neste blog designada História de ontem. Porque o tempo é relativo e porque a sociedade moderna teima em não aprender com o passado, aqui fica a primeira História de ontem retirada do Blog "Estudos sobre comunismo" do José Pacheco Pereira.
Para hoje, deixo-vos com um episódio pouco conhecido e documentado dos tempos da ditadura de Marcelo Caetano. A carga policial na TAP em 1973 na sequência das negociações do novo contracto colectivo de trabalho... Fica aqui o relato do Sr. Orlando Fernandes retirado do mesmo blog...


Eles não atacaram de imediato, formaram em diversas posições para medir forças, tanto que se vêem trabalhadores descontraídos em volta pensando que não era nada com eles, (mas levaram bastonadas). Quando dum megafone suou a ordem de 3 minutos para dispersarmos, caiu-lhes em cima uma chuva de pedras e inclusivamente uma máquina de escrever vinda do edifício 25. Dispararam vários tiros, mesmo dentro da oficina de motores, onde um colega ficou bastante mal tratado.
Muitos de nós tínhamos vindo da guerra colonial e não nos amedrontávamos facilmente, por isso reorganizámo-nos em pequenos grupos e provocávamos-los, chamando-os nomeadamente para o hangar 4, onde tínhamos um carro de pressão de skydrol (líquido altamente corrosivo) para lhes dar banho, mas os esbirros deviam estar avisados. Convém esclarecer que a polícia envolvida, não era somente os que se vêem na fotografia, havia polícia de mota que fazia incursões contra resistentes e disparavam tiros, que deixaram marcas por cima da porta do grupo desportivo, por onde os trabalhadores se escapavam.
Com a entrada do turno das 4 da tarde, a luta física acabou, mas a presença da polícia manteve-se mais dois dias, discretamente, atrás duns armazéns.
Com a entrada do turno das 4 da tarde, a luta física acabou, mas a presença da polícia manteve-se mais dois dias, discretamente, atrás duns armazéns.
Mais Histórias de ontem para breve...
Abraços
Sem comentários:
Enviar um comentário